O Simbolismo e o Esclarecimento
Será que é assim? Quanto mais esclarecida a pessoa (ou a sociedade), menos simbólica ela é? Menos crenças e rituais existem? E o que é afinal "esclarecimento"? Seria a ausência da fé, ou apenas uma compreenção mais racional do mundo?
Eu sei, você está pensando: ihhh... Já vem ela com esses papos de novo.
Mas é que, quanto mais eu vivo nesse país e convivo com os europeus do norte, mais cética eu fico. Não no sentido de perder a fé no ser humano e na natureza, mas sim de suspeitar quando ouço que alguma coisa aconteceu "graças a Deus". Ao contrário, minha tendência é acreditar que as coisas são como são graças às escolhas de cada um.
Tô errada? Tô me desviando da luz?
Comecei a escrever falando do simbolismo, dos rituais. Estou numa idade em que muitos amigos começam a se casar no Brasil. Mas aqui, 90% dos meus amigos que estão num relacionamento moram juntos e não falam em casar. Alguns falam em ter filhos. E isso, para eles, é a aliança definitiva entre um casal. Não tem que jurar coisa nenhuma na frente do padre, nem de ninguem. A jura é silenciosa, dia-a-dia, levando uma vida de companheirismo e fidelidade. Sem firulas.
Eu gosto da firula. Gosto do ritual. Acho casamento uma coisa bonita. Mas me questiono se o circo que é armado em torno disso no Brasil faz sentido. Se as juras diante do celebrante reforçam os laços do casal. Só questiono. Ainda não tenho uma resposta, e nem estou preocupada em ter.
Alguém se manifesta?
Eu sei, você está pensando: ihhh... Já vem ela com esses papos de novo.
Mas é que, quanto mais eu vivo nesse país e convivo com os europeus do norte, mais cética eu fico. Não no sentido de perder a fé no ser humano e na natureza, mas sim de suspeitar quando ouço que alguma coisa aconteceu "graças a Deus". Ao contrário, minha tendência é acreditar que as coisas são como são graças às escolhas de cada um.
Tô errada? Tô me desviando da luz?
Comecei a escrever falando do simbolismo, dos rituais. Estou numa idade em que muitos amigos começam a se casar no Brasil. Mas aqui, 90% dos meus amigos que estão num relacionamento moram juntos e não falam em casar. Alguns falam em ter filhos. E isso, para eles, é a aliança definitiva entre um casal. Não tem que jurar coisa nenhuma na frente do padre, nem de ninguem. A jura é silenciosa, dia-a-dia, levando uma vida de companheirismo e fidelidade. Sem firulas.
Eu gosto da firula. Gosto do ritual. Acho casamento uma coisa bonita. Mas me questiono se o circo que é armado em torno disso no Brasil faz sentido. Se as juras diante do celebrante reforçam os laços do casal. Só questiono. Ainda não tenho uma resposta, e nem estou preocupada em ter.
Alguém se manifesta?
Claro que vou me manifestar!
ResponderExcluirNão quero te dar respostas, apenas quero atiçar sua reflexão.
Primeiro, separe religiosidade de fé. Acho que deve estar bem confusa com relação a isso quando fala de rituais e tals.
Segundo, sobre esta sua frase "Não no sentido de perder a fé no ser humano e na natureza". Reflita o que é ou seria Deus pra vc. Pra mim, ele é justamente o ser que nunca desacreditou no ser humano e que se manifesta claramente na natureza.
Vc parece não perceber mas consegue sentir exatamente a essência Dele.
Bjo.
Vc leu A Cabana? É um bom livro para esta reflexão. Não te dá respostas, mas pode te dar uma direção.
ResponderExcluirComo a mais cética da turma, preciso manifestar meus comentários também...
ResponderExcluira verdade é que o ser humano tem algo com respostas fáceis. Quando estamos bem, o pensamento lógico inibe a necessidade de apegar a DEUS. Quando estamos em dúvida dos caminhos; a lógica perde sentido; os sentimentos se misturam é que 90% da humanidade apela para o habitual, pelo custume, ou seja é mais fácil fazer o que todos fazem ou buscar um ser superior para fazer a escolha por nós.
Não sou contra o casamento e todo seu ritual, até porque sou uma pessoa que respeito muito a opinião dos outros. No entanto sendo lógica e realista, lembro da frase que se aplica ao caso, o casamento "é o triunfo da esperança sobre a experiencia". Então talvez neste caso específico, os europeus até por sua experiencia muito maior que a nossa já estam seguindo um caminho diferente do daqui...
Obs: não estou sugerindo que as pessoas devam eliminar a fé, ou Deus, ou o casamento como instituição, mas só que devemos lidar melhor com a felicidade presente, sem adicionar um componente temporal ou eterno.
bjuu
Murila disse:
ResponderExcluirO fato é que religiosidade, a meu ver, não possui qualquer relação com o casamento em si. Ainda mais em se tratando de casamentos da sociedade bolhística de Minas Gerais! Rsrsrs
O fato de irmos a igrejas para sermos testemunhas de eventos festivos casamenteiros, muitas vezes não demonstram a menor ligação dos figurantes do evento com a festa religiosa em si.
A meu ver, a igreja é um lugar onde participo, com outras pessoas, da fé que tenho em Deus.
Não serve apenas para cumprir o protocolo bolhístico.
Casamento é bom sim. Desde que sirva para reafirmar, perante os amigos e familiares, o amor que um sente pelo outro. Não é para ser "o evento do ano".
Concordo com os Europeus do Norte, mas tb discordo. COmo você, gosto da firula. Mas a firula verdadeira, não aquela que a sociedade exige, com aquele vestido, naquele lugar, com aquela banda, etc...
O que me falta é a paciência para aguentar as regras da BOLHA!
Não tem certo ou errado...nesse caso tem o regionalismo...rs
ResponderExcluirAs culturas são diferentes e assim o casamento toma uma forma diferente daqui do que daí.
Pra mim o mais louco não é nem a firula ou não firula, e sim as pessoas não questionarem nada, muitas casam porque chegou a hora e tem filho porque "tem" que ter. Poucos param para pensar o que realmente querem, muitos seguem a ordem da vida impostas por uma sociedade, cultura...
Pra mim também me falta pacienciapara aguentar as regras da bolha! Pedalar na contramão pra mim muitas vezes faz mais sentido!
Meninas, adorei ler os comentários de vocês. Cada uma com sua opinião, e TODAS FORA DA BOLHA :) É por isso que vocês são especiais.
ResponderExcluirO gostoso de refletir sobre essas coisas é poder examinar o que te é dado como certo e transcender aquilo, pra entender que o "certo" é apenas "um" de vários pontos de vista.
Usei o casamento como exemplo porque ele é uma das entidades mais repletas de simbolismo nessa vida: Deus, amor, fidelidade e a antitese de todas essas coisas.
Coisas afinal, que fazem com a vida não seja lisa, reta e de uma cor só. Mas que tenha pedras, solavancos e um tombo aqui e ali, só pra polir nossos valores :)