Os 12 Trabalhos de Hercules

Falei no último post que pra chegar ao Chipre, foi preciso realizar os 12 Trabalhos de Hercules. Claro que seria muito mais fácil treinar na sala de musculação. Mas você já sabe que eu adoro um perrengue.
Quando compramos as passagens, escolhemos a opção (bem) mais barata, porque somos phinas mas ainda não somos rhicas. Essa opção saía de Lyon, na França, há duas hora de Lausanne de carro. O vôo era às 6h da manhã. Então faça as contas:
(vôo) 6.00 - (chegar) 1h30 (antes) - 2h de viagem = (sair de Lausanne às) 3.00 + (acordar às 2.00) = não ter dormido praticamente nada.

Esse foi o primeiro trabalho.

Só que a Melanie, condutora do automóvel, não acordou. Liguei pra ela às 2.45 só pra ter certeza, e escutei: Ohhh Merde!!! E saímos dirigindo desembestadamente pela autro-estrada Suíça-França.

Esse foi o segundo trabalho.

Chegamos em cima da hora, e tive que, do lado de fora do aeroporto, ainda escuro e num frio da P@#%&, fechar a bike no mala-bike, pegar um carrinho, e equilibrar: 2 bicicletas, 2 malas, 2 bolsas e correr pro check in, enquanto a Melanie estacionava a viatura.

Esse foi o terceiro trabalho.

Check in feito, malas despachadas e sprint pro portão de embarque. Ainda nos atrevemos a pegar um croissant + chocolate quente no caminho.

Esse foi o quarto trabalho.

Acontece que Murphy também estava nesse vôo, e após 40 minutos plantadas no portão de embarque, escutamos a francesa dizer que por problemas técnicos, o vôo tinha sido cancelado.

E esse foi o quinto trabalho.

Confusão armada, neguinho brigando em todas as línguas, descolamos uma aeromoça que nos descolou um outro vôo, um pouco mais longo. Veja:
Ao invés de voar Lyon/Frankfurt/Chipre, voamos: Lyon/Munique/Atenas/Chipre. Resultado: 4 aeroportos em um dia.

E esse foi o sexto trabalho. E antes fosse o último.

Desembarcamos, fizemos check in de novo para o novo vôo, levamos as bikes na porta de bagagens especias, tomamos outro chocolate com croissant. Meu telefone recebe um SMS:
"Caro passageiro, lamentamos informar que o seu vôo para Munique sairá com 1h de atraso"

Só pode ser pegadinha. Não é. É o sétimo trabalho.

Embarcamos, voamos com atraso, e chegamos a Munique. No que estamos de frente pro alemão da alfandega mostrando passaporte, escutamos no alto falante: "Passageiras Leveau e Mendonça, última chamada para o vôo para Atenas" Sprintamos mais uma vez para o portão.

Oitavo.

Entramos no ônibus com cara de foragidas, o motorista com cara de nazista nos diz: "127 passageiros estão esperando apenas por vocês". Resposta: "E nós esperando a Lufthansa resolver se levanta vôo ou não."

Nono. E agora se prepare:

Entramos no avião, encontramos nossos assentos: 16 E e F. Tomamos assento. Escutamos um fusuê lá atrás. Aparentemente, havia um sério overbook. Não era overbook, era o AVIÃO ERRADO!

O motorista do ônibus, o do bigodinho, nos levou pro avião erradoooooo! Pode? Não pode... Desce todo mundo.

E caminha pro outro avião. Quando entrei no aeromotor, não resisiti e perguntei ao piloto: "Moço, esse vôo vai pra Atenas?" (risos)

Décimo trabalho.
Chegamos a Atenas e eu dei aquela emocionada básica por pisar, ainda que por instantes, na terra da mitologia e das Olimpíadas.

Muitos cartões de embarque e alfandegas depois, era hora de embarcar para Larnaca, no Chipre.

Chegamos. Estranhamente, depois dessa mexida toda, nossas malas e bicicletas chegaram sem o menor problema. Fomos então alugar um carro. Só esqueceram de nos avisar que no Chipre, neguinho dirige do lado errado da rua, que nem os ingleses.

Décimo primeiro trabalho...
O décimo segundo foi só no dia seguinte, quando descobrimos que as duas bicicletas chegaram, ou com defeito, ou faltando peça. E assim conhecemos o Francesco... Que foi nosso amuleto da sorte e quebrou o feitiço da ilha encalhada, digo, encantada.

Comentários

  1. Hahahaha ri muito com esse post! Ainda estou conhecendo o blog...muito legal a vida de vcs!!! Beijo!

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