Lago di Garda

Amizade é um negócio precioso. E à medida que a vida vai mudando, as oportunidades de reunir a turma vão ficando mais raras. Foi fazendo malabarismo nas agendas que Melanie, Josephine, Rie e eu partimos numa sexa-feira após o expediente, sem hora para chegar ao Lago di Garda, na Itália. O fim de semana prometia: Pedal, panini, café, pizza, gelato, vinho tinto, moda italiana e quatro amigas queridas dividindo uma garagem transformada em pousadinha descolada.

 
A primeira providência foi pegar uma carta topográfica das montanhas em torno do lago e entendê-la. Fomos a uma loja de bike incrível, e ali já começaram as compras. Enquanto duas experimentavam shorts “baggy” coloridos, outras duas ouviam atentamente as explicações sobre as melhores rotas para o tipo de pedal que estávamos querendo (com subidas cênicas e downhills insanos – e de preferência uma cabana na montanha para um café e um pedaço de bolo).


Soou o sinal do "partiu"e lá fomos nós através de Riva del Garda, lindissima com seus prédios antigos e vista engolindo o lago. Começamos a subir por uma trilha incrível, na beira do penhasco, passando por túneis escavados na pedra.


Ganhamos quase 500 metros de altitude e desviamos em direção ao vale, em direção ao Lago di Ledro. Lá em cima a temperatura já tinha caído um bocado, mas continuamos subindo para esquentar. Paramos em Locca (ótimo nome de vilarejo para quatro amigas fazendo uma viagem de bike) e no único bar local pedimos logo o drink da região, Apérol Spritz e uma salada caprese.


Curtimos a pausa e decidimos levantar acampamento pois ainda tínhamos uma boa subida até o topo. Fazia 3 graus quando chegamos lá em cima e não demoramos a começar a descida insana na floresta para não esfriar demais. No mapa o trecho era descrito como “Adrenalin Downhill”. Despencamos os 1.600 metros e chegamos de volta à Riva famintas, mentalizando a pizza imensa que devoraríamos assim que as roupas sujas de lama e o cabelo molhado fossem substituídos por trajes de primavera e cabelos esvoaçantes.


O dia seguinte reservava mais ação. E claro, mais um monte de subida. E antes mesmo de sermos premiadas com a diversão da descida, ali no alto mesmo encontramos a recompensa.


O Lago de Garda se exibia glorioso lá em baixo nos lembrando porque nos damos ao trabalho de passar uma, às vezes duas horas negociando com as curvas sem fim de uma subida. Não é só para ver o que tem lá em cima. É para redescobrir o que tem lá em baixo...


Descemos fazendo barulho, saindo nas curvas e instigando a outra a soltar os freios. O sorriso no rosto de cada uma era a prova de que tínhamos encontrado o que viemos buscar.

 

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