Swiss Bike Masters
Quando eu achava que já tinha visto de tudo em matéria de perrengue, perdido o medo de subir morro e passar frio, a Suíça me surpreendeu novamente. Swiss Bike Masters é um nome pra não esquecer mais.
Eu estava bem treinada, bem alimentada, leve pra subir e com a bike bem ajustada. Tinha as roupas certas e fomos dormir cedo na noite anterior. Mas nada poderia ter me preparado pra bofetada na cara daquelas subidas intermináveis e descidas geladas. Nem o briefing que o Christoph tinha me feito no jantar na noite anterior. Ele disse: "A primeira subida é incrivelmente longa, mas a segunda é a pior". Ãiiiinnn...
De uma vezada, subimos 2 mil metros. A temperatura que já não estava lá muito alta na cidade, a quase 3 mil metros estava na casa dos 5 graus. Enquanto você está subindo tudo bem, o corpo está quente.
Mas comece a descer pra você ver...
A segunda subida começou tranquila, sem maiores dificuldades. Mas a medida que as curvas do zig-zag iam ficando pra trás, ela ia ficando mais íngreme. Começou a chover. Quanto mais as pernas ardiam, mais eu me lembrava do briefing da noite anterior.
Mas é engraçado como às vezes, quando você pensa que está chegando no limite, uma outra portinha se abre dentro de você e uma milagrosa reserva de energia aparece. Toda a energia estava canalizada com um objetivo único: chegar. Não sentia mais as pernas ardendo, ou não estava mais me importando com aquilo. Na terceira subida comecei a passar algumas meninas com quem eu estava até o início da chuva.
Meio que como recompensa pelo esforço, a prova terminava num downhill técnico, escorregadio e muito divertido dentro da floresta. Cruzei a linha sentindo que tinha usado minhas reservas com conta-gotas, e que não tinha mais forças pra pedalar 1km que fosse...
Perguntei à senhora que retirava o meu chip quem tinha levado no masculino. Tinha sido uma vitória apertada pro Christoph :)
Banho quente, um belo prato rosti e enquanto esperavamos pelo pódio do garoto, resolvi olhar meu resultado. Tinha chegado em 6° lugar no feminino. Achei que era erro, olhei em volta procurando alguém pra fazer a ratificação, mas era aquilo mesmo. De longe, meu melhor resultado europeu!
Me senti surpresa, durona e feliz. O fato de ter crescido num país quente e ensolarado não mais me impede de entrar num acordo com as montanhas e o clima pouco acolhedor que (mais sim do que não) a gente encontra lá em cima.
Top 5 ano que vem? :)
Parabéns!!!
ResponderExcluirParabéns Andrea, você merece estes resultados, pelo seu amor e dedicação ao MTB!!! Bjs
ResponderExcluirShow de bola Andrea! Parabéns!
ResponderExcluirTive o prazer de pedalar contigo algumas vezes no Le Velo aqui em BH.
Como sempre digo: Never Stop!
Ano que vem, Top 3!