Londres 2012 - Stonehenge

Desde pirralha, sou fascinada pelas as histórias da Grã Bretanha, e já disse isso aqui no blog (tô começando a ficar repetitiva!). Rei Artur, Robin Hood, As Brumas de Avalon, Coração Valente, Jane Ayre, Orgulho e Preconceito, Notting Hill. E muito antes de todas essas histórias, existiu uma que ninguém soube contar direito, e o mistério milenar continua pairando num campo ondulado no sudoeste da Inglaterra.Stonehenge, em inglês antigo, significa "pedra suspensa". Esse é o nome da construção que data de 5.000 a 3.500 anos e nunca foi decifrada pelos muitos arqueólogos que passaram por lá. Os blocos de pedra de até 5 metros de altura, vêm da região de Wales, há mais de 300km de onde fica Stonehenge. Por quê e para quê eles foram trazidos e organizados daquela maneira, ninguém sabe.
 
Nas minhas visitas a místicos e terapias alternativas (sim, houve um período em que resolvi explorar esses recursos para entender qual era a onda do tal misticismo), não houve um consultório que falhasse: todos tinham uma imagem do Stonehenge. Claro que fiquei curiosa.E dessa vez, como passaríamos 10 dias em Londres, achamos que um poderia ser dedicado ao monumneto pre-histórico.
Pedalamos até Holand Park, pegamos a viatura de aluguel (com GPS por favor) e começamos a dirigir (do lado errado da rua) rumo ao sul. A estrada desviava para oeste e logo começamos a ver placas: "Sítio Arqueológico". Era lá. O estacionamento estava cheio e resolvemos fazer um picnic e deixar a visita para sobremesa.Ver Stonehenge ali, bem à nossa frente, ao vivo, foi mágico. Não senti nenhuma energia especial, não entendi o milagre da vida nem desvendei o mistério do universo. Desculpa aí, mas talvez eu precise ser re-iniciada ao misticismo. Mas uma coisa me tocou profundamente: A enormidade da história e o fato de que por mais importante que a gente se ache, somos apenas um elo miudinho na corrente do que já se passou e do que vem pela frente. Não somos, mesmo que a gente tente acreditar, a versão finalizada do ser-humano.E mesmo assim, mesmo com toda essa insignificância, fazemos nosso melhor para participar desse trechinho da história que nos pertence. E é aí que está a poesia.Deixamos as pedras suspensas rumo a Salisbury, uma cidadezinha por onde passa o rio Avon e onde fica uma das catedrais mais impressionantes da Inglaterra. Passeamos pelos jardins da catedral, ao longo do rio e escolhemos um restaurante típico para jantar, antes de pegar a estrada de volta à cidade grande. E foi isso. Um dia bucólico no campo interrompendo a loucura dos ônibus vermelhos, das bandeiras agitadas e das medalhas de ouro.

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