SWEETzerland

Training camp de paraíba é uma beleza. A gente pedala forte sim, passa horas em cima da bike, acumula um monte de quilometros morro acima, mas começa o dia com crepe de banana e chocolate e termina com sorvete de cereja. Começa o dia curtindo a vista do café de Vevey na beira do lago e termina pulando dentro do lago.


A gente quer manter a média alta, sem ter que competir entre si. E muito menos com o campeão mundial, que no seu dia de descanso, sai pra pedalar com as meninas.

Aproveitamos o feriado pra não viajar. Mas quem diria, conhecemos um lugar novo todo dia. Com o mapa aberto (sim, somos old school e preferimos mapas a GPS) entre o chocolate quente, o croissant e o melão picado, decidíamos durante o café da manhã quais montanhas iríamos explorar naquele dia.

Sábado: Estavayer le Lac - Caspat!

Daqui a uma semana, Estavayer recebe a tradicional maratona Elsa Bike Trophy. A cidade medieval à beira do lago Neuchatel (lado oposto de St. Blaise, onde estive outro dia para o Roc du Littoral) é cercada por campos ondulados e florestas, onde um percurso extremamente exigente devora as pernas dos competidores com uma sucessão de subidas íngremes e descidas técnicas. E a expressão em francês para esse perfil de percurso é "caspat". Foi assim que chamamos o percurso de sábado.




A noite, pizza no ancoradouro de Lutry

Domingo: Vevey/Leysin/Lac l'Horgrin/Montreux/Vevey - Paradis Perdu

O capitão disse: "Vocês podem subir pedalando para Leysin se quiserem (22km morro acima). Mas eu vou pegar o trem porque hoje é descanso de treino". E a gente acreditou e achou que seria um pedal tranquilo...
Saímos de Vevey pedalando, 30km no plano até a estação de trem de Aigle. Pegamos um trenzinho inclinado para Leysin, que é uma estação de esqui. Lá dentro, várias outras bikes, a maioria de down hill e a turma do capacete fechado achando graça dos nossos shortinhos de lycra :)


Descemos na última estação de Leysin (a mais alta) e começamos a trilha. Primeiro subia, depois descia um pouco na lama, nas pedras e raízes, depois subia mais um pouco até 2100m. De lá descemos um pouco pro outro lado e começamos a circunavegar o Lac l'Horgrin, um lago de degelo daqueles que só nos Alpes, com água verde esmeralda. Era difícil acreditar que saímos de casa pedalando e chegamos àquele lugar. Paraíso perdido no meio das montanhas - Paradis Perdu, em francês, e a trilha daquele dia estava batizada.









Claro que teve mais uma subida monstra onde o Christoph desapareceu (e nos enganou com aquela história de "descanso") e depois descemos todos juntos até Montreux, para um lanchinho no nosso café preferido na parte antiga da cidade. Quiche de queijo feta e abobrinha, vinho rosé, folheado de linguiça e cerveja pra quem é de cerveja!

Segunda: Vevey/Col du Soladier/Dents de Jamam/Caux/Vevey

Às 10 da manhã o sol já estava pinicando a pele. As meninas foram prum lado, o menino foi pro outro pois era dia de treinar sprints na subida. O plano era encontrar em Caux, acima de Montreux. Nosso pedal começou com a bagatela de 2h20 de subida. Fomos do calorzinho do lago até a neve. Blush 1, 2 e 3 passaram por campos floridos, fazendinhas, casais de velhinhos de bota de trekking e mochila nas costas e chalés onde te juro - não me espantaria ver a Branca de Neve chavecando um dos Sete Anões.






Uma paradinha aqui e ali pra conferir o mapa e a plaquinha confirmava: estávamos no Col du Soladier. A trilha agora seguiria a curva de nível, em altitude. Um leve down hill e chegaríamos ao Col du Jaman, a gente insistia em chamar de Jambon, que significa presunto em francês. E ali estava o nome do pedal de segunda: Col du Jambon, ou Pico do Presunto!





A vista do Jambon, digo Jaman, era maravilhosa. De lá pegamos um single track sensacional, na beira da montanha, daqueles que você tem sempre que manter a bike um tiquinho inclinada pra esquerda, pra evitar o barranco à direita.










Chegamos a Caux e almoçamos omelete de funghi num terraço com vista pro lago, paramos em Montreux para sorvete de pistache e terminamos o dia na marina de Vevey com um mergulho no lago.

Tem jeito da vida ficar mais doce? Eu acho que não.

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