Vino
Nunca fui fã de bebedeira. Em determinadas épocas em que convivi com gente hard-core, cheguei até a ter medo dela. Desgosto mais ainda do dia seguinte, da ressaca, que normalmente não é só física, mas também (e sobretudo) moral. Tenho pena do fígado. Um órgão tão gentil que filtra a porcariada que a gente ingere tentando manter as coisas equilibradas em prol da longevidade. O meu que é meio capenga então desde o acidente, merece ser tratado com carinho.
Mas desde que cheguei na Suíça há 6 anos (eu pasma :-0), fui introduzida gradualmente a um relacionamento diferente com o álcool.
O vinho faz parte do dia-a-dia dos suíços. Ele não tem reputação internacional simplesmente porque nesse país pequenininho, a quantidade produzida dá apenas para o consumo interno. Mas como eles se esmeram em produzir seu próprio vinho...
E à medida que comecei a seguir o Christoph por períodos na África do Sul, descobri que lá no outro hemisfério, o amor pela cultura do vinho é tão forte quanto na Europa. O sabor ensolarado das uvas combina tão bem com os pratos sempre tão coloridos e cheios surpresas locais que a gente curte na varanda dos restaurantes ou da casa dos amigos.
E assim o vinho passou a ser parte essencial das minha refeições. Um copo basta, refresca e elogia o sabor da comida.
Às vezes ele é a bebida gelada que refresca no meio do pedal;
Às vezes é o recorte da paisagem e o jardim da nossa casa em Yvorne.
Às vezes é motivo para encontrar amigos assim, na rua.
Às vezes vem acompanhado de música, festival. Nem precisa ser sofisticado, nem precisa ser jazz.
E com certeza dá charme aos butecos.
E dizem que pode até decifrar a sua personalidade :-)
Desde que nos mudamos para Yvorne e temos vinhedos praticamente dentro da nossa casa, temos "pesquisado" bastante - sempre provando amostras - dos vinhos da nossa região
E não perdemos uma "cave ouverte" (adega aberta) dos produtores da vizinhança
Sem bebedeira, mas com muita alegria!
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