Grand Raid 2013

Depois de Trento, com a motivação de ver os treinos dando resultado, continuei meus "power workouts" botando pressão em cada subida que via pela frente.

Veio então o Grand Raid.

Essa foi a terceira vez que participei da prova, mas nas edições anteriores tinha feito o percurso menor (que deixa eu te falar, já machuca um bocado...).



O astral da prova é muito legal. Passamos a noite anterior na cabana de uns amigos da Josephine. Ela e eu éramos as "atletas", Pia e Nicolet nossa equipe de apoio. Lambuzamos a cozinha fazendo salada e espaguete ao sugo, esvaziamos uma garrafa de vinho e ainda comemos sobremesa. Desculpa aí essa gente neurótica com dieta!





O despertador tocou às 4.20. Café forte, pão com mel e 6 horas alinhamos para largar. O dia começava a amanhecer e essa é uma das mágicas do Grand Raid: Sempre começa subindo e no primeiro cume você encontra o sol, também começando sua jornada do leste para o oeste.




O que veio depois, já virou história. 4.000m de subida, trechos técnicos mas muito fluidos na dorsal da montanha ou dentro da floresta e o mítico Pas de Lona. 300m verticais em 2km de sudida. Até empurrar a bike era difícil. Parede mesmo. Sofrimento. Coisa de ogro. Mas que depois que passa a gente adora contar pros outros :)





Perdi minha terceira posição para uma menina que sem dúvida mereceu chegar na frente. Me passou na descida pulando o barranco! E eu felizona com o inesperado quarto lugar.



                                                               ---xx---

Quando cruzei a linha de chegada, a chuva começava a cair. Achei minha bolsa e fui, tremendo de frio, tomar um banho. Cadê que a água esquentava? No vestiário feminino, um festival de bocas roxas. Do lado de fora, um amontoado de bikes e bikers enlameados. Eu só consegui me aquecer à noite debaixo das cobertas.

 



Mas nada disso se compara aos perrengues que ouvi depois. Quase 1/4 dos 2.000 participantes foram pegos pela chuva ainda no Pas de Lona. Outros mesmo antes da subida. Os que já estavam no alto, desceram até Grimentz e chegaram lá em estado de hipotermia. É louco como nas montanhas, um dia de sol e 26° pode virar e se tornar o mais frio da sua vida. No topo, a 3.000m, começou a nevar.

Os que ainda estavam mais embaixo, foram trazidos de helicóptero de resgate, e as bikes colocadas dentro de telas gigantes como as de navios pesqueiros e levantadas pelos helicópteros. Logistica de guerra... Sobreviventes. Guerreiros! Essas pessoas que sobreviveram à chuva e a neve sim, são os verdadeiros campeões do Grand Raid.

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