Blush e Obelix na Escocia

Ainda estou me recuperando da passagem do meu pai por aqui. Fui tão mimada que quase fiquei de cama quando ele foi embora :)



Aproveitamos uma viagem de trabalho a Londres pra fazer algo que, faz anos, dissemos que seria muito legal: atravessar a Inglaterra de carro até a Escócia.



Saímos de Londres dirigindo na contra-mão (você sabe, o sistema britânico) e paramos em Cambridge. O rio corre pelo centro da cidade dando pistas de que no verão as competições de remo transformam os gramados e pontes em arenas tão enlouquecidas como em partidas de futebol. Se o oponente for Oxford então...




É fácil identificar os prédios da universidade entre as casinhas baixas e medievais, com suas torres de pedra ou tijolinhos alaranjados. Paramos para pedir informações e pelo sotaque, desconfiei que a "rapariga" era "purtuguesa". Perguntamos e o rosto dela logo se iluminou. Ela estuda design gráfico em Cambridge e nos mostrou o prédio de ciências onde o "rato optico" (mouse) foi inventado :)

Jantamos e seguimos viagem. Chegamos a York por volta das 11 da noite.



Dormimos num bed&breakfast super bonitinho e saímos depois do café da manhã para explorar a cidade. A catedral de York é lindissima - a maior da Europa do norte. Depois chegamos ao Shambles. Essa rua é pré-medieval, de quando os vikings vieram da escandinávia e se instalaram na Grã-Bretanha. A primeira vista você imagina que as casas de dois andares, de tão antigas, começaram a tombar umas sobre as outras. Seus telhados quase se tocam quando você olha pra cima. Mas a história conta que aquele foi um dos primeiros projetos de "refrigerador". Aquela era a rua onde os viking comercializavam carnes e construíram as casas inclinadas para impedir que o sol entrasse ali e as carnes fossem conservadas longe do calor por mais tempo.

 


Da escuridão medieval, fomos parar no Betty's. A casa de chá art-decò funciona em York desde o fim dos anos 1800. A fila pra conseguir uma mesa indica que estamos no lugar certo. Quando fiz menção de ir embora por causa da espera de 15 minutos, o senhor na minha frente disse: "Vale a pena esperar" E valeu mesmo. No salão de chá, telefones celulares são proíbidos. As atendentes - todas educadissimas, de feições delicadas e coque alto, vestiam uma saia longa preta, uma camisa branca de chifon e um broche no colarinho fechado com a logo da Betty's. O cardápio cheio de especialidades Anglo-suíças explicava que os fundadores do lugar eram um casal - ele britânico, ela suíça. Gostei ainda mais! Antes de sair, paramos na confeitaria e compramos alguns presentinhos para dividir o Betty's com a turma que ficou em casa.

 
 


Seguimos então para a Escócia. Chegamos a Edimburgo por volta das 10 da noite. Nosso hotel, super tradicional, ficava na parte antiga da cidade. Acordamos na manhã seguinte e sem surpresas, chovia. Claro, se não chovesse, não seria a Escócia :)



Caminhamos o dia todo, debaixo da chuva fina que à medida que temperatura caía, virou neve. Fomos a Arthur's Seat (a montanha conhecida como trono do Rei Artur) e depois subimos a Imperial Mile (milha imperial) até o Castelo de Edimburgo.

 

 

Você não precisa de muito tempo para entender de onde veio a inspiração de J.K. Rolling para escrever Harry Potter. A cidade inspira uma mágica sombria que é ao mesmo tempo alegre. Aliás, como os escoceses são alegres... Mesmo com aquele tempo cinza e chuvoso. Mesmo com o frio. Eles nem ligam. Até acho que gostam. Da janela do hotel vi um time treinando rugby na chuva e eles pareciam estar se divertindo muito.

Obelix e eu fomos salvos de uma hipormeia por uma xícara de chá e uma torta chamada "Death by Chocolate" :)

 
 

No dia seguinte pegamos o trem na plataforma 7 1/2 e voltamos de Hogwarts para a Queijolândia :)

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