Londres 2012 - Camden e o Samba do Crioulo Doido

(Esqueci de fazer isso no primeiro, mas aí vai: cada post vai ter um som. No último te conto de onde vem a seleção de músicas)



Camdentown é uma das pérolas de Londres. Pra mim, o lugar reflete a personalidade da cidade que sempre foi um caldeirão de culturas e inovações, desde muito antes de sua história começar a ser escrita em papel. O bairro e seu mercado ganharam fama nos anos 70 como ponto de encontro de punks, hippies e curiosos como eu e você (ainda que a gente não fosse nascido).









Pegamos o metrô e surgimos numa rua caótica, kitsch, colorida, barulhenta, maravilhosa. Em meio a canais, as tendas e lojinhas vendiam tudo que você puder imaginar.

Passamos por lojinhas de badulaques engraçados, percorremos a sessão de bijuterias, descemos a escadaria para as barraquinhas de roupas, entramos no galpão de artigos vintage e quinquilharia, atravessamos o túnel heavy metal, saímos na praça de alimentação com escolhas que iam de moqueca de peixe a falafel libanês e percebi que a Alice estava mais calada que o normal. Perguntei se estava tudo bem e vi que ela levou um segundo pra responder:

- Taaaaa... Tudo bemmmm...
- Certeza?
- Sabe o que é?... É que eu não tô entendendo muito bem esse lugar...
- :)

Para uma cabecinha estruturada e organizada como a da Lilica, aquilo era mesmo o samba do crioulo doido. Tudo ao mesmo tempo agora. Cultura pop globalizada na veia. E de certa forma, uma representação exagerada da alma de Londres.

De Camden voltamos pro Hide Park para assistir à final dos 100m rasos, com direito a telões monumentais, no meio de uma multidão em festa. Vimos Ulsein Bolt voar baixo e dilacerar todos os rumores de que ele havia perdido seu reinado de homem mais rápido do mundo.

Enquanto ele escrevia mais um capitulo na história do esporte olímpico, a gente festejava sob bandeiras jamaicanas compartilhadas.





O bacana da olimpíada, eu entendi ali, é que patriotismo importa sim, mas a beleza do esporte em si é muito maior do que o orgulho de uma nação em particular. Ulsein Bolt não pertence apenas aos jamaicanos. Ele é a prova de que dá pra continuar acreditando em super-heróis mesmo depois que a gente cresce.

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas