Blush na Dinamarca
Durante a Velo-City, falou-se extensivamente sobre a Dinamarca - Copenhagen, mais precisamente - e como mais de 50% de todas os deslocamentos urbanos são feitos de bicicleta. Na maioria dos países, esse número não chega a 2%.
E numa coincidência maluca de calendários, de Vancouver fui direto para Copenhagen para acompanhar um evento (e de quebra ver ao vivo tudo que foi falado durante a conferência).
Na primeira noite, com o relógico biógico pirado por causa do fuso horário, a única coisa que eu sabia era que precisava de ar puro. Fiz check in no hotel, tomei banho, peguei um mapa e fui pra rua. Não sabia se estava com fome, mas julguei que antes de dormir, precisava comer.
Já eram 9 da noite e ainda não estava escuro. Vi pessoas vestidas para a noite cruzarem de bicicleta em todas as direções. Vi um pai com crianças numa cargo-bike. Vi um taxi parar em frente a um hotel e colocar as malas no banco de trás e a bicicleta no rack do carro. Vi uma espécie de trio-elétrico passar apinhado de adolescentes fantasiados, tocando música altíssima. Mais tarde me explicaram que aquele tinha sido o dia da formatura nas escolas de Copenhagen e que o trio-elétrico, as fantasias e a bebedeira eram uma tradição da molecada. Vi bares e cafés no porão de prédios antigos, com mesinhas de metal na calçada. Vi muito grafiti nas paredes dos casarões e muitos trechos fechados para obras. Vi pessoas altas e louras - algumas bonitas outras nem tanto - vestindo preto ou cinza, mesmo numa noite de verão.
Já escurecia quando avistei do outro lado a rua uma sequência de mesas compridas de madeira na calçada, iluminadas por lampeões. Atravessei e li o nome do lugar: Mother. Era uma pizzaria. Entrei, pedi uma mesa e expliquei que jantaria sozinha. A decoração era simples e elegante, como os escandinavos sabem fazer.
Na mesa à minha frente, um grupo de 10 amigas celebrava o que imaginei ser uma despedida de solteira. Quando todas levantaram para bindar, vi que nenhuma delas tinha menos de 1.75m :)
Minha pizza de presunto parma, buffala e alcachofra estava fantástica e jantei feliz por estar ali naquela fatia tão particular do mundo, alimentando os olhos e a alma com sabor de provar uma cultura diferente.
Na manhã seguinte, o despertador me acordou cedo para trabalhar. O evento, que era uma seletiva para o Mundial Master de Ciclismo de Estrada, correu com perfeição. E de dentro do carro que seguia a prova, eu dividia minha atenção entre os aspéctos técnicos para o relatório e a paisagem que ia ficando registrada na memória.
A equipe da organização não tinha mais que a minha idade. Foi divertido e dinâmico trabalhar com eles, e gratificante ver que nós, moleques, também sabemos trabalhar sério. O Sr. Prefeito de Elsinore, onde a corrida terminou, também estava lá, completamente misturado aos expectadores e vibrando a cada volta.
Elsinore fica a 50km de Copenhagen e é famosa por causa do seu Kronenborg, o castelo que inspirou Shakespeare a escrever Hamlet.
Depois da prova, de volta a Copenhagen, saí para correr ao redor dos lagos, jantei no Tivoli, vi o Palácio Real e tals. Mas minhas impressões mais aprofundadas ficam para o próximo post :)
E numa coincidência maluca de calendários, de Vancouver fui direto para Copenhagen para acompanhar um evento (e de quebra ver ao vivo tudo que foi falado durante a conferência).
Na primeira noite, com o relógico biógico pirado por causa do fuso horário, a única coisa que eu sabia era que precisava de ar puro. Fiz check in no hotel, tomei banho, peguei um mapa e fui pra rua. Não sabia se estava com fome, mas julguei que antes de dormir, precisava comer.
Já eram 9 da noite e ainda não estava escuro. Vi pessoas vestidas para a noite cruzarem de bicicleta em todas as direções. Vi um pai com crianças numa cargo-bike. Vi um taxi parar em frente a um hotel e colocar as malas no banco de trás e a bicicleta no rack do carro. Vi uma espécie de trio-elétrico passar apinhado de adolescentes fantasiados, tocando música altíssima. Mais tarde me explicaram que aquele tinha sido o dia da formatura nas escolas de Copenhagen e que o trio-elétrico, as fantasias e a bebedeira eram uma tradição da molecada. Vi bares e cafés no porão de prédios antigos, com mesinhas de metal na calçada. Vi muito grafiti nas paredes dos casarões e muitos trechos fechados para obras. Vi pessoas altas e louras - algumas bonitas outras nem tanto - vestindo preto ou cinza, mesmo numa noite de verão.
Já escurecia quando avistei do outro lado a rua uma sequência de mesas compridas de madeira na calçada, iluminadas por lampeões. Atravessei e li o nome do lugar: Mother. Era uma pizzaria. Entrei, pedi uma mesa e expliquei que jantaria sozinha. A decoração era simples e elegante, como os escandinavos sabem fazer.
Na mesa à minha frente, um grupo de 10 amigas celebrava o que imaginei ser uma despedida de solteira. Quando todas levantaram para bindar, vi que nenhuma delas tinha menos de 1.75m :)
Minha pizza de presunto parma, buffala e alcachofra estava fantástica e jantei feliz por estar ali naquela fatia tão particular do mundo, alimentando os olhos e a alma com sabor de provar uma cultura diferente.
Na manhã seguinte, o despertador me acordou cedo para trabalhar. O evento, que era uma seletiva para o Mundial Master de Ciclismo de Estrada, correu com perfeição. E de dentro do carro que seguia a prova, eu dividia minha atenção entre os aspéctos técnicos para o relatório e a paisagem que ia ficando registrada na memória.
A equipe da organização não tinha mais que a minha idade. Foi divertido e dinâmico trabalhar com eles, e gratificante ver que nós, moleques, também sabemos trabalhar sério. O Sr. Prefeito de Elsinore, onde a corrida terminou, também estava lá, completamente misturado aos expectadores e vibrando a cada volta.
Elsinore fica a 50km de Copenhagen e é famosa por causa do seu Kronenborg, o castelo que inspirou Shakespeare a escrever Hamlet.
Depois da prova, de volta a Copenhagen, saí para correr ao redor dos lagos, jantei no Tivoli, vi o Palácio Real e tals. Mas minhas impressões mais aprofundadas ficam para o próximo post :)
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