Um Método Perigoso

- Noc noc
- Quem é?
- Eu.
- Eu quem?
- Eu mesma.
- Como assim?
- Como assim o quê?
- Quem está aí?
- Ai... Mas tu é burra mesmo, hein? Sou eu mesma, ou você mesma, como queira. Sou seu subconsciente

Alice foi ao País das Maravilhas, Neo tomou a pílula azul e eu fiz psicanalise. No fim das contas, fomos todos pro mesmo lugar.

Poucas coisas são tão fascinantes quanto a mente humana. O subconsciente então, é quase mágico. Ele é uma espécie de buraco negro onde a gente simplesmente taca as coisas e elas ficam lá, boiando. E vez ou outra, por acidente ou não, aparecem na nossa consciência e aí rola uma falha de proteção do sistema.

E pensar que até a era de Freud, o buraco negro era desconhecido. O que ele fez, de certa forma, foi traçar o mapa de acesso a esse oceano desconhecido. E os métodos que se desenvolveram a partir daí, desaprisionaram e trataram os "males da alma", as "loucuras", fobias e "perversões". E o tanto que isso é bacana? E o tanto que no espaço de uma vida, esse ser humano mudou completamente a relação que nós tínhamos com a nossa consciência e até com a nossa alma?

O que me entristesse um pouco nessa história toda é ver como de um salto gigantesco rumo à evolução, rapidamente nos deixamos cair no buraco. Se a culpa é da industria farmaceutica ou não, isso já é uma outra discussão; mas fato é que os anti-depressivos vem tomando o lugar do divã, da reflexão.

Li e achei muito interessante uma comparação do Estado de São Paulo: A psicoanalise está hoje para a psiquiatria, assim como a astrologia está para a astronomia. O que é um erro. Não há misticismo ou suposições no método de Freud. Há ciência. Só que as pessoas têm medo de mergulhar no seu próprio desconhecido. Preferem deixar memórias e medos nadando no limbo e criar uma nova "realidade" alimentada por remédios. É como varrer a sujeira pra debaixo do tapete.



E antes que eu me perca nessa viagem, deixa eu te falar por que vim aqui hoje: Pra falar sobre o filme "Um Método Perigoso" Excelente. Ele conta a história de Jung, o discipulo amado de Freud, e uma de suas pacientes, por quem Jung se apaixona. É um triangulo amoroso fantástico, que fala sobre a psicanalise sim, mas sem aquele Bê-a-bá chato que muitos filmes biográficos tendem a fazer. Assista.

Freud não foi astrólogo. Foi um astronomo de primeira grandeza.

:) Sem contar que foi interpretado por Viggo Mortensen (luv u!)

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