Etapa 7 – We Can Do It !



Oak Valley/Lorensford  59km  1700m de desnível - Tempo máximo: 6.5h

Antes mesmo da chegada dos uniformes “oficiais” Hora do Blush, encomendamos online as camisas “We Can Do It”. Decidimos que aquele seria nosso figurino do último dia, caso conseguissemos terminar o Cape Epic. Para evitar decepção caso alguma coisa desse errado, eles foram depositados e esquecidos no fundo da mala.

Quando acordamos na manhã de domingo, 3 de Abril, o primeiro pensamento que veio à cabeça foi: “Sobrevivemos.” O segundo foi “Vamos poder pedalar de WE CAN DO IT!” Para nós, aquela era a camisa amarela do Tour de France.

Mesmo com os 65km até a linha de chegada, o clima da largada era festivo. Todos que tiveram a alegria de largar naquele dia, sabiam que eram campeões de si mesmos.

Começamos a pedalar, e claro: não foi fácil. Subimos um bocado, vimos tombos nas descidas, mas nada grave, e comemos o último bolinho de banana, no último ponto de agua.

E então avistamos o famoso aviso: “5km para a chegada”. Eram eles, os últimos 5. Nó sentimental: satisfação imensa por estar cumprindo minha aventura Épica e nostalgia antecipada por saber que estava acambando.

A reta final vibrava com a alegría sul-africana. As meninas Blush deram as mãos e cruzaram a linha de chegada. Tínhamos terminado o Cape Epic. Com saúde e alegría. Sem quedas, com a amizade fortalecida e com a cautela de quem sabe que está diante do imprevisível. Como eu disse no relato da primeira etapa, não basta ser forte para completar uma ultra-maratona. É a soma de pequenas ações acertadas que te leva até o final.

Treino bem feito. Afinidade da dupla. Preparação correta. Equipamentos necessários. Estudo do percurso. Carinho com a bicicleta. Cuidado com os dodóis. Protetor solar. Hidratação e o alimento na hora certa. E o mais importante: a fé em você mesmo.
















Recebemos nossas medalhas do campeão mundial, José Hermida. Fomos então presenteadas com uma bolsa mágica do Woolsworth (supermercado sul-africano que patrocinou a nutrição do Cape Epic), cheia de quitutes pra pic nic.

Imundas, encontramos nosso lugar no gramado ensolarado, e aproveitamos o lanche final sem pressa, na companhia de pessoas que pedalaram conosco durante toda a semana. A vida, naquele momento, tinha um gosto especial.

A cenoura tinha gosto de curva veloz. O pão era macio como a mesa de massagem. A fatia de queijo era fina como a linha entre a imprudência e a determinação. A banana tinha a inclimação das descidas mais perigosas. Faltava só achar um sorvete. Doce como aquele momento.

Comentários

  1. Parabéns por essa conquista! Espero que muitas outras venham se juntar a essa muito em breve.
    Abração!!!!!

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  2. Cascalho! pqp! Parabés a vocês! Sensacional!! Que corrida, baita relatos, show! brigado por compartilhar! bom descanso, hehehe.

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  3. Sou tao orgulhosa que até te "googuei"!!! E confirmei que você é mesmo internacional.

    Agora pode voltar pra casa, digo pra cá, digo pro Brazil (com "z").
    Beijos.

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  4. Foi lindo o relato dia a dia dessa prova!!! Parabéns pela conquista. Obrigada por escrever sua experiência. Beijosss.

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