Mina de Ouro

Saindo de Aigle, a caminho de Vershiez
Subida em direção a Panex
Do outro lado do vale, se você reparar bem, o velódromo
da UCI
Dents du Midi no fundo
Nos vilarejos, água potável e canteiros floridos
Sentier du Sel
La no fundo, Villars
No alto de Ollon, e os vinhedos
Ponto de ônibus iluminado por energia solar

Preciso admitir que andar de MTB na Suíça não é tão fácil como eu imaginei que fosse. Nem tanto pela inclinação das montanhas, porque isso eu já esperava, mas por ser difícil mesmo encontrar trilhas.

Em Minas Gerais eu praticamente nasci andando de bicicleta, e por isso conheço uma infinidade de trilhas e pessoas que me mostravam as trilhas que eu não conhecia. Mas aqui, como eu já comentei em posts anteriores, é cada um por si. Não tem esse negócio de encontrar na rua e combinar um pedal pro dia seguinte.

Mas outro dia recebi uma dica de que, no lado oposto do vale em que fica a UCI, tem uma floresta cheia de trilhas.

Anotei os nomes dos vilarejos pelos quais tinha que passar, onde o asfalto virarva terra, onde virava direita e esquerda, e fomos. O dia estava maraveloso, e extremamente "quente" para o mês de outubro. A primeira subida, saindo de Aigle já foi uma delicia, dentro da mata e revelando, de tempos em tempos, a grandiosidade do vale lá em baixo. Chegamos a Panex, um vilarejo caprichado e florido, que nem desenho animado. De lá pegamos uma trilha chamada Sentier du Sel, que leva a uma antiga mina de sal. Mas claro que desviamos no meio do caminho.

Durante a descida, as folhas de outono davam piruetas no ar e deitavam no chão cobrindo a trilha... A mata, ainda bastante verde, avisava que as cores estão prestes a mudar. Desviamos do Sentier e subimos mais um pouco, em direção a Villars, estação de esqui famosa no inverno, e pacata no outono. Encontramos uma trilha indicando o vilarejo de Ollon, de encaramos um down hill encapetado. Voltamos ao Sentier du Sel, e desviamos para uma trilha chamada Petit Lac, só pra ver se tinha um "laguinho" mesmo. Não tinha. Fomos parar no topo de Ollon, e subimos novamente, para não ter que voltar pelo asfalto.

Emburacamos numa trilha acima dos vinhedos, e logo encontramos novamente o caminho que nos levaria de volta ao início de trilha. Ao todo, foram 3h15 de muita curtição, paisagens e possivelmente, o melhor pedal da minha vida. Talvez nem tanto pela trilha em si, mas pelo dia ensolarado, somado à temperatura incomum para essa época do ano, somado à alegria de descobrir o mapa da mina.

Não sei direito o que é, mas tenho um "Q" de criança e aquela euforia de aprender coisas novas. É difícil explicar mas cada vez que me deparo com uma novidade, um lugar ou uma história que não conhecia, sinto que me torno uma pessoa nova também. E a bicicleta é o meu cavalo das cruzadas, meu barco de Jaques Custeau, meu foguete para ir à lua...

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